Já começou a edição de 2019 da Festa da Cerejeira de Campos do Jordão!
A tradicional festa da colônia japonesa da cidade acontece sempre nos dois últimos finais de semana de julho e nos dois primeiros de agosto. Programe-se!!!
20 e 21/07
27 e 28/07
03 e 04/08
10 e 11/08
A Festa da Cerejeira em Flor de Campos do Jordão é uma realização da Enkyo, da Beneficência Nipo-Brasileira de São Paulo – Recanto de Repouso Sakura Home e do Clube Cultural e Recreativo Cereja com o apoio da Prefeitura Municipal de Campos do Jordão.
Programação da Festa da Cerejeira
Clique na imagem para conferir as atrações deste ano!
Horário: das 9h às 16h Local: Av. Tassaburo Yamagushi, 2173. Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia entrada). Estacionamento: R$10,00 (automóvel, moto e van)
“Se as flores estão aguentando, nós temos que fazer o mesmo”. Essa frase é recorrente no documentário “As cerejeiras e a tsunami”, um dos filmes mais tocantes sobre a tragédia que abalou o Japão em 2011. Mesmo tendo sido submersas pela onda gigante as árvores floresceram poucas semanas após a tragédia. Não à toa a Cerejeira (no Japão ela é chamada de Sakura, pronuncia-se sakurá) é considerada um símbolo de renovação no país. A espécie é a primeira a “dar flor”, o que anuncia a transição do rigoroso inverno para a florida primavera japonesa.
Hanami
Por isso, assim como os samurais são considerados os melhores homens entre os homens, a flor de cerejeira é considerada a flor das flores pelos japoneses. O culto às cerejeiras é tão grande que o “hanami” (observação das flores) é uma festa nacional e a tradição vem desde o ano 794 depois de Cristo.
No Japão é assim, a galera se joga aos pés das sakuras. Confira uma matéria do Fantástico sobre a celebração da Sakura, clique aqui.
Com a explosão das flores nos primeiros dias de abril os japoneses invadem os parques e as ruas coloridas pelo rosa das cerejeiras. Munidos com máquinas fotográficas e cestas de piquenique, os trabalhadores são liberados mais cedo do trabalho e se reúnem debaixo das árvores para confraternizar.
Você Sabia? Um pé de cerejeira com mais de mil anos, localizado na cidade de Hiroshima, sobreviveu à bomba atômica e floresce normalmente mesmo depois da radiação. Na foto: Detalhe de flor de cerejeira em Campos do Jordão-SP.
Hoje em dia o culto a sakura se repete em diferentes partes do mundo (veja fotos), com colônias japonesas celebrando o fim do inverno à sombra das cerejeiras.
Hanami – É só sentar e contemplar. Campos do Jordão-SP
*
Festa da Cerejeira de Campos do Jordão
Em Campos do Jordão a Festa das Cerejeiras já faz parte do calendário oficial de eventos da cidade. O evento acontece nos dois últimos finais de semana de julho e nos dois primeiros de agosto.
Recanto Sakura Home – Campos do Jordão
A festa acontece no Parque das Cerejeiras Sakura Home, a área pertence a Enkyo Beneficência Nipo-Brasileira de São Paulo e abriga uma casa de repouso para descendentes japoneses.
O Recanto Sakura Home combina o verde das araucárias com o rosa das cerejeiras. Lindo! Lindo!
Cultura Japonesa
Na festa das cerejeiras de Campos do Jordão a colônia japonesa e visitantes não costumam fazer piquenique debaixo das árvores. Talvez porque depois da beleza das cerejeiras, seja a culinária japonesa a principal atração da festa. Turistas enchem a praça de alimentação para saborear pratos como o Bentô, o Sushi, o Tempurá, a Truta na Chapa, o Udon, além do tradicional Yakissoba.
A renda arrecada com as barracas da Festa da Cerejeiras é toda revertida para a manutenção da Casa de Repouso.
Em comum com o Hanami do Japão a festa de Campos do Jordão apresenta manifestações culturais japonesas como a venda de artesanato, cerimônias do chá, recitais de haikus, atrações musicais, teatro e danças típicas. Sem falar nos turistas munidos de câmeras fotográficas e da centena de celulares apontados para as árvores.
Assim como os japoneses, os brasileiros não podem ver uma cerejeira que já saem clicando. Foto por Felipe Paraense.
Porque assim como sentar-se sob a sombra das cerejeiras, registrar a beleza em fotografias já faz parte da tradição e funciona como uma prece do bonito culto às cerejeiras. Um culto cuja mensagem principal serve a todos os povos: Ainda que tudo esteja desabando e que os dias frios do inverno tenham sido difíceis, sempre haverá uma primavera para quem tiver a força, a coragem e a determinação de uma cerejeira.
***
Serviço
A 49ª Festa da Cerejeira em Flor de Campos do Jordão é uma realização da Enkyo, da Beneficência Nipo-Brasileira de São Paulo – Recanto de Repouso Sakura Home e do Clube Cultural e Recreativo Cereja com o apoio da Prefeitura Municipal de Campos do Jordão e da Setur.
Endereço: Av. Tassaburo Yamaguchi, 2173
Vila Albertina – Campos do Jordão – SP
Horário: das 09h as 16h
Ingressos a venda no local: R$ 16
Idosos e estudantes com carteirinha: R$ 8
Crianças até 6 anos não pagam
Estacionamento gratuito no local havendo disponibilidade de vagas
Informações: Recanto de Repouso Sakura Home: (12) 3662-2911
***
Bônus: Confira o trailer do documentário “As Cerejeiras e a Tsunami”. E logo abaixo um trecho de uma entrevista da diretora Lucy Walker, para o site Cinema Without Borders. obs: O trailer está em inglês, mas ainda que você não domine o idioma vale a pena assistir as imagens mesmo assim.
“Penso que nada havia me preparado para o choque da total devastação produzida pelo tsunami, como ele havia destruído cidades inteiras, matando mais de 15 mil pessoas, com 7 mil ainda desaparecidos. Ainda que tivesse visto e lido muito a respeito, fotos não podem capturar o impacto em 360 graus da destruição.
Primeiro temia que as pessoas não quisessem falar conosco. Ouvira que a cultura japonesa é muito reservada, particularmente no que concerne a estrangeiros, mas descobri que as pessoas realmente queriam contar sua história. Surgiam naquele cenário de aparência pós-apocalíptica especialmente para nos encontrar. Três ocidentais, chegando a uma das áreas mais esvaziadas da região, possivelmente os intrigava também, mas principalmente tinham a preocupação de que as pessoas não estivessem ouvindo suas histórias. Assim o filme tem um tanto de fábula de cura, é sobre como essas pessoas encontraram coragem para seguir em frente, e para reviver e reconstruir em face de tamanha perda e devastação, assim como a flor de cerejeira, símbolo da primavera e dos novos começos, estava se abrindo. É uma imagem encorajadora e incrivelmente bela desse renascer, e eu não precisava forçar as pessoas a usar a comparação nas entrevistas — elas espontaneamente falavam da flor de cerejeira, constantemente. Quando falavam de esperança e de seguir em frente, apontavam para as árvores diziam — elas ficaram submersas na água salgada e não morreram, é por isso que estou aqui! Assim, não senti que estava impondo a elas algum tema tolo para meu filme, surgiu natural e organicamente.